terça-feira, julho 31, 2012

O Carrossel

«Pela madrugada os Capitães da Areia vieram. O Sem-Pernas botou o motor para trabalhar. E eles esqueceram que não eram iguais às demais crianças, esqueceram que não tinham lar, nem pai, nem mãe (...). Esqueceram tudo e foram iguais a todas as crianças, cavalgando ginetes do carrossel, girando com as luzes.»

Jorge Amado, "Os Capitães da Areia"

segunda-feira, julho 30, 2012

De pequenino é que se torce o pepino


Os pais não têm tempo para diagnosticar as necessidades dos filhos. Vai daí que em vez de lhes darem o que eles precisam dão-lhes o que eles querem.

Este é, na minha opinião, o problema-base da nossa sociedade em geral.

terça-feira, julho 24, 2012

Rammstein - Feuer und wasser

Há que amar as definições das crianças



Porquê complicar o que pode ser definido de modo tão simples?

Do mal, do feitio e do defeito

Temos "sempre" que compreender os outros. Não levar a mal, é do feitio. E quando não é do feitio é do defeito.

Claro que compreendemos.

E compreendemos tão bem que nos estamos nas tintas porque também nós sofremos do "mal" do feitio e quando não é do "mal" do feitio é do "mal" do defeito.

E os outros? Compreendem?

quinta-feira, julho 19, 2012

Portanto, lendo o meu blogue fica-se com a sensação que só faço duas coisas na vida: ser mãe e ler.

Ser mãe é...

... treinar uma pessoa desde pequenina para enfrentar a vida e torná-la capaz de viver, sobreviver e prosperar. 

Ser mãe é o maior desafio, não de uma vida mas das várias vidas envolvidas.

terça-feira, julho 17, 2012

Este livro é um fartote... (spoiler alert!)

Citação 1
«Mas a realidade é mais subtil e é esta: a Lili é uma morena burra que se julga inteligente e que se tinge de louro para parecer burra(...)»


Citação 2
«Encontrei a arma do crime. 
(...) 
O jovem endireita-se - vejo que, por instantes, a curiosidade volta a sobrepor-se à emoção: 
- Um saco de plástico e um objecto... que objecto? Uma pedra, com certeza? 
(...) 
- Não, Gabriel, não é uma pedra. É uma broa de Avintes.»


Citação 3
«E foi logo a esse inimigo que se ligou a burra (morena tingida de loura) da minha sobrinha-neta (...). Não lhe vem da família, estou certo; a nossa família é tão sã como qualquer outra. Mas desde a mais tenra idade que a Lili vê assiduamente os Morangos com Açucar e isso explica muita coisa, em termos de  perversão moral e cultural.


Vários, "O Código d'Avintes"

Pois é... as famílias... Já a literatura descreve o que acontece:


«Enfim, sirvo-me dela enquanto ela julga que se serve de mim. Minha querida sobrinha-neta. Nada há de mais belo do que a família.»

Vários autores, "O Código d'Avintes"

sábado, julho 14, 2012

Subterfúgios

Arranjam-se para que os outros acreditem neles? Ou para que nós próprios nos convençamos de que assim é?

quinta-feira, julho 12, 2012

Carta ao Pai Natal II


Querido Pai Natal, ainda não há 10 dias pedi-te uma coisinha, pensava eu que era o que eu queria. Já sabes como somos Nós, sempre a achar que queremos algo e depois mudamos de ideias. 

E eu mudei de ideias. Não sou diferente dos outros. Mudei de ideias porque, se tiver isto que te peço não precisarei do que te pedi e podes dar a um outra pessoa que precise mais que eu. 

Também queria pedir-te para receber isto adiantado, tipo para a semana que vem. Um trabalho era mesmo o melhor do mundo. 

segunda-feira, julho 09, 2012

O que eu não digo ao bebé*:



Que as suas mamãs estão sempre lá para dar um beijinho e muito carinho.



[Edição]*O que eu não lhe digo nos seus acessos de mau génio.

Como eu costumo dizer ao bebé:


Os meninos com mau génio aleijam-se...
Se a melhor ferramenta de uma mãe é o seu instinto, qual será a sua melhor arma?

Ser mãe é...

.. ter esta dúvida permanente se as nossas acções foram as mais correctas de acordo com os objectivos que queremos atingir.
É duro sermos o nosso próprio barómetro especialmente quando muitas vezes o resultado das nossas acções só se manifesta anos depois.

Maus vícios podem tirar grandes prazeres

Sempre tive o mau vício de, ao iniciar a leitura de um livro, ler a primeira frase e logo de seguida abrir o livro na última página e ler a última frase.
Durante muito tempo foi um vício inofensivo. Um dia esse vício revelou-se mau: li a primeira frase, abri o livro na última página, li a última frase e era igual à primeira frase do livro. Achei a ideia muito original mas uma leitura que podia ser escaldante (no sentido de avidez literária de querer saber o que vai acontecer a seguir) tornou-se uma leitura cada vez mais morna por, ao avançar na narrativa, quase adivinhar o que aconteceria para que o livro terminasse com a mesma frase com que começou.
Nunca mais li a última frase de livro nenhum.

De momento estou a ler um livro que faz alusão a uns... chamemos-lhe pontos de referência (só para não ser "spoiler"). Folheei o livro com a intenção de ver mais ou menos em que parte do livro (e se faltaria muito ou não) para que essa parte do livro de desvendásse.
Meu erro (e não direi porquê para não ser "spoiler").

Mas porquê? Porquê? Porque tenho esta mania de estragar o fim dos livros?

Citação


«Sempre foi claro para mim que o meu pai se zangava e batia no meu irmão porque essa era a sua forma de lidar com a tristeza, com a mágoa que sentiu a partir daquela tarde (...). Essa era a sua forma de o castigar. Sempre foi igualmente claro para mim que o meu pai não se zangava comigo e não me batia pela mesma razão. Essa era a sua forma de me castigar.»

José Luís Peixoto, "Cemitério de Pianos"

domingo, julho 08, 2012

Horta em casa

E vai que isto da crise aperta e eu ate tenho uma varandinha, estando a pensar em fazer uma mini-horta comecei por comprar um vasinho com salsa e outro com cebolinho, só para ver que tal se davam antes de fazer o investimento maior.

Mal fazia eu ideia da quantidade de água que aquela salsinha bebe. Poupa-se de um lado mas do outro vai-se a poupança tada...

sábado, julho 07, 2012

Quem é que se diverte à brava?


Sou eu! O filhote farta-se de pedir para ver DVD's, vai-se embora mas tem que ficar com o seu som como ruído de fundo. E que se diverte a ver estas aventuras é a mamã!

Estava a reparar na cara de um político com cara de intenções duvidosas numa fotografia de jornal. O que pensei foi "tem mesmo cara de quem anda a enganar. Ele e os outros.".
Não sei, há um quelque chose, uma nuance.

Pensei: se dizem que os casais que sentem verdadeiro amor e se entregam de coração e alma acabam por adquirir características fisionómicas um do outro ao longo dos anos até se parecerem um com o outro, porque não hão-de os políticos... enfim.. que tomam decisões mais duvidosas ter aquele ar típico de quem tem uma relação com o mundo obscuro há muito anos e se entregam a ele de corpo e alma?

Tu e eu


Tu a crescer. Eu a ser pequenina outra vez.

Eu a crescer enquanto cresces e a querer continuar pequenina.

Tu a cresceres enquanto eu cresço contigo e a quereres ser cada vez mais crescido.

Nós, nós os dois a crescer juntos.

sexta-feira, julho 06, 2012

Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal, este ano, e visto que me ando a portar excepcionalmente bem, quero pedir-te que me dês um bosão. Mas não quero um bosão qualquer, quero um bosão de Higgs.
Se é como dizem: «O bóson de Higgs é a partícula pela qual supostamente tudo no universo obtém sua massa, inclusive nós, seres humanos» e já que eu estou a precisar de muita massa, de vários tipos, acho que um bosãozinho resolvia os meus problemas.

Vá lá, desde miúda que não te peço nada e nunca fui muito exigente nos meus pedidos.

Muito obrigada!

Vanda

quinta-feira, julho 05, 2012

terça-feira, julho 03, 2012

Workshops

Estamos na era dos workshops em que se fazem workshops por tudo e por nada, de tudo e de nada, para tudo e para nada.

Das duas... três!


Não podes agradar a gregos, não podes agradar a troianos.

Já pensáste em agradar-te a TI?

domingo, julho 01, 2012

Never let you let me down again


Há um bom modo de não nos deixarem ficar mal. Especialmente os "melhores" amigos. Esse modo é ter amigos sem que os punhamos no altar dos "melhores". Esse modo é relacionarmo-nos com todos sem esperar nada de ninguém e sem doar nada que nos venha a fazer falta.

Não há que pôr nos outros a grande responsabilidade que é não nos deixarem ficar mal.

Never let me down again - Depeche Mode